A biodiversidade aquática da Amazônia necessita de atenção
Atualizado: 9 de dez. de 2020
Os ecossistemas de água doce ocupam menos de 1% da superfície da Terra e compõem apenas 0,01% de toda a água do planeta. Mesmo assim, abrigam cerca de 10% de todas as espécies conhecidas, incluindo um terço dos vertebrados.
Desde 1970, 83% das populações desses ambientes sofreram declínio, devido à crescente poluição dos rios e fatores como por exemplo, a pesca ilegal, enquanto no ambiente terrestre essa perda foi de cerca de 40%. Vale destacar que as regiões tropicais, que incluem a Amazônia, abrigam mais de 80% das espécies de peixe de água doce do mundo.
Um estudo publicado na revista Science em 2020, sugere que priorizar ambientes aquáticos ao planejar ações de conservação ambiental na Amazônia pode ser até seis vezes mais eficiente do que centrar esforços na proteção das espécies terrestres, como é mais comum.
A conclusão, é baseada em simulações feitas com dados georreferenciados coletados em campo – como diversidade de espécies e informações climáticas e de relevo, por exemplo –, que permitiram estimar as áreas mais importantes para a conservação de cada grupo de espécies.
Segundo a Revista Galileu, o grupo observou que no cenário em que o planejamento é focado na conservação de espécies terrestres, alcança-se para as espécies aquáticas apenas 22% da proteção que as terrestres recebem. Já quando o planejamento das áreas é focado na fauna que vive nos rios, lagos e riachos, porém, os benefícios chegam a 84% em média para as terrestres a um mesmo custo financeiro.O trabalho, apoiado pela FAPESP, foi liderado por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e da Lancaster University, no Reino Unido.