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Como uma 'superenzima' pode ser uma solução para o problema do plástico PET

Atualizado: 9 de dez. de 2020


O polímero Polietilenotereftalato, ou plástico PET, está presente em nosso dia a dia de diversas formas. O PET foi descoberto em 1941 pelos químicos Rex Whinfield e James Dickson, enquanto trabalhavam com etilenoglicol e perceberam o aparecimento de um material pegajoso que, quando esticado, dava origem a longas e resistentes fibras.

O plástico PET é utilizado na composição de tecidos – o famoso poliéster – e também na fabricação de garrafas descartáveis. Apesar da praticidade, o PET não é biodegradável e, por isso, torna-se um vilão para a natureza.

De acordo com o novo relatório Mare Plasticum: O Mediterrâneo, da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), cerca de 229 mil toneladas de plástico vazam para o Mar Mediterrâneo todos os anos, o que equivale a mais de 500 contêineres por dia. Segundo pesquisadores, medidas significativas precisam ser tomadas, ou essa quantidade irá dobrar até 2040.

Segundo uma matéria do site da Galileu, “Embora o lixo seja majoritariamente composto por macropláticos (94%), os microplásticos (6%) não podem ser ignorados, pois representam 13 mil toneladas de lixo descartado no Mediterrâneo todos os anos. De acordo com os especialistas, a maior parte dessas partículas são proveniente da poeira dos pneus (53%), seguida por produtos têxteis (33%), microesferas de cosméticos (12%) e pellets de produção (2%).”

Umas das alternativas para a solução deste problema é, sem dúvidas, a reciclagem. Segundo o 11° Censo de Reciclagem do PET no Brasil, em 2019, foram recicladas 55% das embalagens plásticas descartadas pela população. O percentual equivale a 311 mil toneladas do produto – 12% acima do registrado em 2018.

No entanto, ainda há muito a ser feito! Segundo Levantamento do WWF, o Brasil está em 4° lugar entre os maiores produtores de lixo plástico. Além disso, infelizmente o país ainda lidera o ranking dos que menos reciclam entre os dez maiores poluidores.


PRODUÇÃO E RECICLAGEM DE PLÁSTICO NO MUNDO

Números em toneladas.

Fonte: WWF / Banco Mundial (What a Waste 2.0: A Global Snapshot of Solid Waste Management to 2050)

* Valor total de lixo plástico descartado em resíduos sólidos urbanos, resíduos industriais, resíduos de construção, lixo eletrônico e resíduos agrícolas, na fabricação de produtos durante um ano.


Felizmente, graças às pesquisas e experimentos, é possível encontrar soluções. Uma matéria publicada recentemente pelo site da CNN, divulgou que cientistas da Universidade de Portsmouth criaram uma “superenzima”, que come plástico PET em poucos dias, utilizando engenharia genética. Os pesquisadores combinaram a PETase com uma segunda enzima chamada MHETase. Juntas, elas devoram o tereftalato de polietileno rapidamente.

John McGeeham, co-autor principal e diretor do Centro de Inovação de Enzimas da Universidade de Portsmouth, disse à CNN que este desenvolvimento representa um grande passo para a reciclagem e a redução da poluição. Mesmo que, ainda possa demorar para ser comercializado, McGeeham diz ter ficado surpreso pelo experimento ter dado tão certo.

O cientista disse, ainda, que os pesquisadores receberam financiamento para continuar com os experimentos e, se o desenvolvimento for bem-sucedido, o PET existente pode ser reciclado ao invés de usar combustíveis fósseis para criar um novo plástico. Nas palavras dele, “nós estamos olhando para uma grande economia de energia.”

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